Falsa democracia

Bem, eu ia continuar com meus posts normais.
Mas aí indo fazer a matrícula na faculdade Rural eu tive a idéia para um novo.
Quando cheguei lá, tive que entregar vários documentos...ok normal.
E aí veio a pergunta: e o comprovante da última eleição?
Bem, eu já sabia que essa pergunta iria surgir porque anotei tudo que era necessário levar, porém como tenho 19 anos e faço aniversário no início do ano, eu ainda não votei. A primeira vez será agora.
Então pensei: se eu não tivesse o comprovante, quer dizer que eu não poderia me matricular. Mas afinal, não dizem que esse é um país democrático e vota quem quiser?
Fui procurar a origem da palavra “democracia”.
Vem do grego “demo”, povo e “kracia”, governo. Um governo regido pelo povo, imagino.
Como pode ser um governo regido pelo povo se é onde temos a voz mais apagada? A vontade burguesa e aristocrática é mais ouvida do que da população em si (lê-se população como um todo e os burgueses e outros como apenas uma parcela).
Esse sistema adotado em nosso país foi originado na própria Grécia e lá mesmo já deu indício de que não seguiria suas propostas.
Não podiam participar das decisões políticas da cidade mulheres (nós sempre excluídas), estrangeiros, escravos e crianças.
Existem duas formas de democracia: a indireta e a direta.
A direta é através de plebiscito, referendo ou outras formas de consultas populares, pode decidir diretamente sobre assuntos políticos e administrativos. Não existem intermediários. É claro, que não é comum acharmos esse tipo hoje em dia.
A forma indireta, que é a adotada pela maioria inclusive o Brasil, o povo participa elegendo seus representantes através do voto, para que sejam aqueles que transmitem a vontade da maioria. Na teoria.
No entanto, se nenhum candidato o agradar, a idéia é que você poderia naturalmente se abster da decisão. São três as opções dadas: voto nulo, em branco ou simplesmente não comparecendo.
O branco, antes você clicava no botão e simplesmente “lavava as mãos”. Agora se optar por esse caminho, o voto irá para o candidato que está ganhando. Mais uma forma que descobriram de te obrigar a decidir. Querendo ou não você vai eleger alguém.
O nulo – teclando um número de candidato inexistente – até agora não criaram nenhuma restrição. Veremos até quando.
E agora a última opção e que para mim é motivo de risada debochada e o tema desse texto: a não presença no dia.
Claro, você pode faltar.
Mas terá que justificar sua ausência preenchendo um formulário de justificativa, entregá-lo a uma mesa receptora de justificativa em qualquer local de votação (ok, o que é isso?), apresentar o título de eleitor e algum outro documento de identificação. Ah! Tem que ser bem convincente, ta?
Caso não faça isso poderá sofrer:

a) pagamento de multa
b) não poderá inscrever-se em concurso público;
c) não receberá vencimentos, remuneração, salário ou proventos, se o eleitor for funcionário público;
d) não poderá participar de concorrência pública;
e) não poderá obter empréstimo, desde que não se trate de instituição bancária privada;
f) não poderá obter passaporte, carteira de identidade ou CPF;
g) não poderá matricular-se em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo Governo (olha aí o caso que quiseram me colocar);
h) não poderá praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda.

Ufa...quanta regra para um país democrático, não?
E ainda tem a terrível notícia que alguns recebem e outros rezam para tudo que puderem para não ser convocado: ser mesário.
Ah! Isso também é opcional...porém.....:

“Os mesários que não comparecerem sem justa causa apresentada ao Juiz Eleitoral até 30 dias após a eleição estarão sujeitos às penalidades legais. As penas previstas são aplicadas em dobro se a mesa receptora deixar de funcionar por culpa dos faltosos.”

Puxa...me sinto tão patriota agora.
É pessoas...esse é o nosso país...
Nada mais a declarar.
Au Revoir e até a próxima.

Fontes: http://www.suapesquisa.com/religiaosociais/democracia.htm
http://www.seaacsjc.org.br/Trabalho/trabalho_eleicoes.htm
http://www.guiadedireitos.org/portal/documentos/eleicao/justificarvoto