Chocolate, o doce sagrado.



Primeiramente deixe-me explicar o porque desse post. Ele é nada mais do que uma homenagem aos outros três membros do blog que vêm a ser mulheres (sim, aqui somos um rapaz e três meninas, e eu sei que isso é raro entre nerds, enfim), logo nada melhor para homenagea-las do que com um post inteiro sobre como surgiu o doce qual elas não vivem sem, o chocolate. Agora para o post:


Os registros mais comuns citam os astecas como sendo os primeiros a plantar o cacau, mas já entre 1500 e 300 antes de Cristo os Olmecas já plantavam as sementes de cacau (kakawa), após os Olmecas decaírem como sociedade e quase desaparecerem os Mayas, de 300 a.C. até 500 d.C., herdam muitos de seus costumes e cultura, incluindo o xocolatl, uma bebida feita com as sementes de cacau. Tal bebida era consumida apenas pela elite. Aproximadamente em 600 d.C. os Maia migram para a regiões ao norte da América do Sul e Mesoamérica, estabelecendo as primeiras plantações de cacau em Yucatan. Os nobres bebem a fermentação de cacau como uma comodidade muito cara, pois as sementes de cacau eram a moeda da civilização e usadas internacionalmente, logo beber dinheiro era só para ricos, obviamente.



Mais tarde os Toltecas, que rivalizaram com os Maias, também cultivaram os cacau, acreditando da mesma forma que era uma bebida sagrada, como fora para cada civilização que o consumira e plantara até então. Acreditavam que o deus serpente Quetzacóatl entregou as sementes da planta divina aos homens e ensinou-os a cultiva-la, e pro isso os outros deuses o baniram, mas ele jurou voltar. Dessa forma surgiu o mito de que Cortés ao chegar na América Central fora confundido com o deus voltando, mas isso é puro mito espanhol como fora comprovado por diversos estudos.



O que aconteceu foi, quando aportou no México, em 1519, o conquistador espanhol Hernán Cortés veio de encontro com as civilizações vigentes e, consequentemente, com a fruta divina do cacau. Com a semente extraída da planta, juntamente com mel e baunilha, os Astecas produziam a bebida que era servida gelada.


De volta a Espanha, em 1528, Cortés levou consigo algumas mudas de cacaueiro, que resolveu plantar pelo caminho. Primeiro no Caribe - no Haiti e em Trinidad - e, depois, na África. Chegando à Europa, ofereceu a Carlos V um pouco da bebida sagrada asteca, o bastante para que o rei da Espanha ficasse aficionado. Não demorou muito para que o xocolatl se tornasse apreciado por toda a corte. Graças às plantações iniciadas por Cortés, seu país pôde manter o monopólio do produto por mais de um século. A receita, aprimorada com outros ingredientes (açúcar, vinho, amêndoas), era guardada em segredo pelos espanhóis. Apenas mosteiros previamente escolhidos eram autorizados a produzir o xocolatl, agora chamado de chocolate pelos espanhóis. Pouco a pouco, porém, os monges passaram a distribuí-lo aos fiéis.


O chocolate era uma pasta espessa e de gosto amargo, apesar do açúcar que lhe haviam adicionado os espanhóis. Foi justamente para amenizar a inconveniência da massa granulada, difícil de digerir, que o químico holandês Conraad Johanes Van Houten começou a se interessar por um novo método de moagem das sementes. Em 1828, Van Houten inventou uma prensa capaz de eliminar boa parte da gordura do vegetal. Como resultado, obteve o chocolate em pó, solúvel em água ou leite e consequentemente, mais suave e agradável ao paladar.



Mas isso não era tudo, faltava saber o que fazer com a gordura sólida que sobrava da prensagem. A resposta seria dada somente vinte anos depois, pela firma inglesa Fry & Sons. Os técnicos da indústria adicionaram pasta de cacau e açúcar à massa gordurosa e confeccionaram a primeira barra de chocolate do mundo - tão amarga, porém, quando a bebida asteca original. Tempos depois, o suíço Henri Nestlé (1814 - 1890) contribuiu para que o doce começasse a se parecer com os tabletes de hoje. De uma de suas experiências resultou um método de condensação do leite, processo até então desconhecido, que seria utilizado em seguida por outro suíço, Daniel Peter (1836 - 1919). Fabricante de velas de sebo, Peter percebeu que o uso do petróleo para iluminação estava, aos poucos, minando sua fonte de renda. Por sorte, ele morava no mesmo quarteirão de Nestlé e, ao ficar sabendo de sua descoberta, teve a ideia de misturar o leite condensado para fazer a primeira barra de chocolate ao leite.


Assim, meus caros viciados em chocolate, fez-se o doce e a bebida que hoje vocês tanto apreciam. A bebida dos deuses a disposição de todos nós, agradeça ao pobre Quetzacóatl que provavelmente nunca voltou para casa, tadinho.



2 comentários:

? disse...

Já disse que posso viver sem... U.U

PhD disse...

Hahaha, eu sei que pode, você tem poderes especiais. ^^

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